
A China Mobile acaba de demonstrar o potencial revolucionário da rede 6G, atingindo velocidade de 280 Gbps – o suficiente para baixar um arquivo de 50 gigabytes em apenas 1,4 segundos, conforme testes realizados em uma rede experimental de pequena escala na China. Essa performance representa cerca de 14 vezes mais capacidade do que a máxima teórica do 5G, colocando o atual padrão em perspectiva: o 6G promete um salto imenso em termos de conectividade.
O teste foi conduzido em dez estações dedicadas a promover pesquisa e desenvolvimento da tecnologia 6G. Esse ambiente de teste contou com o suporte de um satélite em órbita baixa lançado em fevereiro do ano anterior, projetado para potencializar a transmissão de dados com baixa latência e maior alcance . A China Mobile investiu algo em torno de US$ 5,4 bilhões (39,1 bilhões de yuan) em pesquisa e lidera quatro grandes projetos nacionais voltados ao avanço das principais tecnologias 6G.
A magnitude dessa velocidade é impressionante: um filme em 4K de duas horas, que normalmente exige vários minutos para ser baixado via conexões atuais, foi transferido em cerca de dois segundos. Essa dinâmica torna obsoletas as comparações com internet por fibra óptica, mostrando que as redes móveis estão prestes a ultrapassar velocidades estáveis em cabos.
Além da velocidade bruta, são esperados grandes ganhos em relação ao aumento de capacidade de conexão simultânea e queda drástica na latência — fatores essenciais para suportar aplicações como realidade aumentada, telemedicina, cidades inteligentes e indústria conectada. A China aponta como meta iniciar a implementação comercial já em 2028, com expectativa de padrão consolidado até 2030.
O progresso acelerado sinaliza que a corrida para definição de padrões e regulamentações para o 6G já está em curso. A China destaca-se nesse cenário, investindo em patentes, infraestrutura terrestre e espacial, além de representar uma integração vertical que une operadoras, fabricantes e poder público.
Enquanto isso, outros países — especialmente Estados Unidos, União Europeia, Coreia e Japão — intensificam suas próprias pesquisas e parcerias internacionais com foco na próxima geração de redes. No Brasil, como antecipado pela Anatel, o leilão do 6G está previsto para outubro de 2026, com implementação gradual a partir de 2032.