Com a expansão do mercado digital, cada vez mais profissionais atuam de forma remota, passando horas diante do computador ou utilizando dispositivos móveis para exercer suas funções. Embora a rotina pareça segura, lesões e acidentes relacionados ao trabalho também afetam esse segmento, seja por problemas ergonômicos, esforço repetitivo ou incidentes durante deslocamentos.
Nesses casos, um benefício pouco conhecido, o auxílio-acidente, pode garantir suporte financeiro para quem teve sua capacidade laboral reduzida.
Auxílio-acidente: o que é?
O auxílio-acidente é um benefício indenizatório pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ao trabalhador que, após um acidente ou doença ocupacional, apresenta sequelas permanentes que reduzem sua capacidade de exercer suas atividades profissionais.
Ao contrário de outros auxílios, ele não substitui a renda integral do trabalhador, mas é acumulado com o salário, funcionando como uma compensação. Isso significa que o beneficiário pode continuar trabalhando normalmente, mesmo recebendo o valor mensal.
Como o benefício se aplica ao ramo digital
No universo digital, as causas mais comuns para a solicitação do auxílio-acidente incluem lesões por esforço repetitivo (LER), síndrome do túnel do carpo, problemas crônicos de coluna, distúrbios musculoesqueléticos e até comprometimento visual causado por exposição prolongada às telas.
Essas condições podem não impedir o trabalho por completo, mas reduzem a eficiência e exigem adaptações na rotina. É aqui que entra o direito previdenciário, garantindo que o profissional, mesmo continuando a exercer sua função, tenha um suporte financeiro adicional diante da limitação adquirida.
Quem tem direito ao auxílio-acidente
Para ser elegível, o trabalhador do ramo digital deve:
- Ser segurado do INSS (empregado, autônomo, MEI ou contribuinte individual).
- Ter sofrido acidente ou desenvolvido doença ocupacional que gere sequela permanente.
- Ter passado por perícia médica do INSS que comprove a redução da capacidade laboral.
Vale lembrar que, mesmo quem trabalha por conta própria no setor digital, pode estar coberto desde que contribua regularmente para a Previdência Social.
Como solicitar o auxílio-acidente
O processo de solicitação envolve etapas importantes:
- Registro do acidente ou doença – No caso de empregados formais, a empresa deve emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Autônomos e MEIs devem apresentar laudos médicos e exames que comprovem a relação entre a lesão e a atividade profissional.
- Agendamento no INSS – O pedido pode ser feito pelo site ou aplicativo Meu INSS, selecionando a opção “Auxílio-acidente”.
- Perícia médica – O INSS marcará uma perícia para avaliar a condição física do solicitante. É fundamental apresentar todos os documentos médicos, atestados, exames e histórico de atendimentos.
- Acompanhamento do processo – Após a análise, o INSS informará a decisão. Em caso de negativa, é possível recorrer administrativamente ou pela via judicial.
Documentos necessários
Para aumentar as chances de aprovação, tenha em mãos:
- Documento de identidade com foto e CPF.
- Comprovante de residência.
- Carteira de trabalho ou comprovantes de contribuição ao INSS.
- Laudos e atestados médicos detalhados.
- Exames que comprovem a sequela.
- CAT, quando aplicável.
Valor e duração do benefício
O valor do auxílio-acidente corresponde a 50% do salário de benefício do segurado. Ele é pago até a aposentadoria, momento em que é incorporado ao cálculo do valor final. Importante: caso o trabalhador mude de atividade para uma que não dependa das funções prejudicadas, ainda assim pode manter o benefício, desde que a limitação seja permanente.
Importância de buscar orientação especializada
Embora o processo possa parecer simples, erros no preenchimento, documentação incompleta ou laudos pouco detalhados são as principais causas de indeferimento. Por isso, contar com a orientação de um advogado especializado ou de um contador experiente em benefícios previdenciários é uma escolha inteligente.
Além de auxiliar no preparo da documentação, um profissional pode indicar caminhos para recorrer de decisões negativas, aumentando as chances de aprovação.