A Alibaba divulgou, nesta terça-feira (25), seus resultados financeiros para o segundo trimestre, superando as projeções de receita do mercado. A receita total da companhia alcançou a marca de US$ 35 bilhões, um valor superior à estimativa de US$ 34,23 bilhões compilada pela LSEG.

Este avanço na receita foi impulsionado, em grande parte, pela expansão do serviço de varejo instantâneo, que consiste em entregas de produtos em até uma hora, um modelo que tem ganhado forte adesão no varejo chinês.

Apesar da receita positiva, o lucro ajustado por American Depositary Share (ADS) ficou abaixo do esperado pelos analistas. O valor registrado foi de US$ 0,62, aquém da expectativa de US$ 0,77. Após a divulgação dos resultados, as ações da Alibaba listadas nos Estados Unidos abriram com alta de 2% em um pregão que demonstrou instabilidade.

A intensa competição no varejo instantâneo

Os resultados positivos na receita acontecem em um cenário de intensa disputa pelo domínio do chamado “varejo instantâneo” na China. Alibaba, JD.com e Meituan estão em uma acirrada competição neste segmento, que foca em entregas ultrarrápidas como estratégia para aumentar a participação de mercado.

Essa disputa gerou uma agressiva guerra de preços e subsídios, o que resultou em pressão sobre as margens de lucro e elevou a queima de caixa no setor. Segundo estimativas da Nomura, o setor de varejo instantâneo queimou mais de US$ 4 bilhões apenas no segundo trimestre.

Apesar do ambiente competitivo e dos custos envolvidos, a Alibaba mantém uma visão otimista. A companhia projeta que o varejo instantâneo pode adicionar US$ 141,1 bilhões ao GMV (Valor Bruto de Mercadoria) anualizado nos próximos três anos, indicando que a empresa ainda vê um grande potencial de crescimento no segmento. A Alibaba também relatou melhorias na sua operação, com uma redução de 50% no custo por pedido desde o verão, o que eleva a rentabilidade por unidade.

Investimento em IA e foco no consumidor final

A Alibaba continua focada em investimentos em inteligência artificial (IA) e tecnologia em nuvem. Em fevereiro, a empresa já havia anunciado que destinaria US$ 53,62 bilhões ao longo de três anos para essas áreas. Segundo Eddie Wu, CEO da companhia, novos aportes não estão descartados, especialmente para mitigar os desafios da cadeia de suprimentos.

Tradicionalmente mais forte no mercado corporativo (business-to-business), a Alibaba tem procurado expandir sua presença no consumo final (business-to-consumer). Recentemente, a empresa lançou um aplicativo gratuito baseado na versão mais recente do seu modelo Qwen. O aplicativo registrou mais de 10 milhões de downloads em sua primeira semana, embora ainda esteja distante dos 150 milhões de usuários do Doubao, da ByteDance.

Essa movimentação da Alibaba ocorre em um momento em que o mercado chinês de IA enfrenta uma nova rodada de competição de preços. Essa disputa está sendo impulsionada por empresas como a DeepSeek, que tem priorizado a oferta de computação mais barata e um desenvolvimento mais ágil de aplicações.

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