
O mercado de marketing de influência no Brasil, em constante expansão, atingirá um novo patamar em 2025. Uma pesquisa conjunta entre a Forbes e a plataforma de ROI Youpix, divulgada recentemente, aponta que mais da metade das marcas brasileiras — 57% delas — planeja aumentar seus orçamentos para o canal no próximo ano. Esse movimento é um sinal claro de que o setor não é mais uma aposta, mas sim uma estratégia consolidada e essencial para o crescimento dos negócios.
A elevação do investimento é reflexo de um ciclo virtuoso. As marcas que mais alocam recursos nesse tipo de estratégia são também as que colhem os melhores resultados, conforme a pesquisa. Essa constatação desmistifica a ideia de que o marketing de influência se resume a “gastar por gastar”. Pelo contrário, o sucesso está diretamente ligado à inteligência estratégica e à capacidade de mensurar o retorno sobre o investimento (ROI). Rafaela Lotto, CEO da Youpix, reforça essa visão, afirmando que “quem investe mais, investe direito e colhe mais resultado. Não é sobre gastar por gastar, mas sobre ter estratégia, medir e corrigir o rumo.”
Um dos principais impulsionadores desse crescimento é o YouTube. A plataforma, antes vista apenas como um canal de vídeos, se consolidou como uma ferramenta completa para a jornada do consumidor, desde a descoberta de um produto até a decisão de compra. Marco Bebiano, diretor de negócios do Google Brasil, destaca que a popularidade do YouTube se deve ao fato de que ele oferece uma experiência de consumo integrada e que os creators têm um papel fundamental nesse processo. O engajamento aprofundado e a capacidade de contar histórias de forma mais longa e detalhada são diferenciais que as marcas buscam para se conectar com seus públicos.
Apesar da euforia, o setor ainda enfrenta desafios. O principal deles é a mensuração. Sabrina Balhes, managing director da Nielsen Brasil, enfatiza que o próximo salto de crescimento dependerá diretamente da adoção de ferramentas mais sofisticadas para comprovar o impacto real das campanhas. Ainda que as “métricas de vaidade”, como curtidas e número de seguidores, estejam perdendo relevância, a transição para métricas tangíveis como conversão, leads qualificados e ROI ainda é uma barreira para muitas empresas. A busca por autenticidade e conexões genuínas também é uma tendência forte. Uma pesquisa da Latam Intersect PR revela que a confiança em posts patrocinados por influenciadores tem diminuído, enquanto a preferência por avaliações de usuários comuns e microinfluenciadores cresce. Essa tendência, apelidada de “des-influência”, mostra que o público está cada vez mais atento e exigente, buscando conexões mais autênticas com as marcas.
Diante desse cenário, a colaboração com criadores de conteúdo tem evoluído. As marcas não os veem mais apenas como veículos de publicidade, mas como parceiros de longo prazo e cocriadores de conteúdo. A busca por influenciadores de nicho, com comunidades altamente engajadas, tem se tornado uma estratégia mais eficaz do que investir em grandes celebridades. Além disso, o marketing de influência tem se expandido para além das redes sociais tradicionais, com marcas explorando o “dark social” — conversas em grupos privados e mensagens diretas — e eventos presenciais liderados por criadores.
Em 2025, o mercado brasileiro de marketing de influência se consolidará como um pilar central nas estratégias de marketing. A confiança no ROI comprovado, o uso de plataformas como o YouTube para a jornada de compra completa e a busca por autenticidade impulsionam o investimento. Para as marcas que desejam se destacar, o foco deve ser na estratégia, na mensuração rigorosa e na construção de parcerias autênticas e de longo prazo com criadores que realmente entendem e representam seus públicos. O futuro do marketing de influência no Brasil não se trata apenas de visibilidade, mas de impacto real nos negócios.